terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Frenesi

Frenesi

Bato 3 vezes. Alguém abre.

- Qual é a senha?

- Vejo morangos silvestres em campos de trigo.

Entro. Na escadaria que permite o acesso, várias pessoas estão deitadas. Outras, sentadas. Um rapaz com o nariz vermelho e roupas listradas atira beijos para uma loira com roupa cigana e peitos enormes que morde com vontade uma coxa de galinha, lambe os dedos e sorri pra ele.

Sigo. Avisto uma moça com os cabelos até a cintura. Com os olhos fechados, ela apalpa a parede do corredor. Sebe-se lá o que está procurando.

Na sala, há um show de acrobacias e dezenas de jovens estão no chão bebendo vinho e observando uma garota mover-se em torno de si. Parece que cheguei tarde. Onde estará ele...

A acrobata se aproxima de mim com o cálice e beija minha boca. Tomo o copo para mim e sigo ao jardim, onde outros tantos jogam baralho, coçam os narizes e gritam 'truco'.

Me distraio com as estrelas e, logo, retorno ao interior da casa. Penso no porquê da tristeza do pierrot e observo uma senhora envolvendo as pernas de um passante que tomba como um elefante. Ela agarra-o num frenesi.

Indiferente me dirijo ao toilet. Aí está. Empurrando um magrinho grisalho em direção à banhiera repleta de vômito. Ambos agarrados como fêmeas aos cabelos um do outro.

- Solta tu!

- Solta tu!

- Solta tu!

- Solta tu!

Brochante! Me retiro sem anunciar minha passagem. Me lanço nas escadas. Melhor é fumar um. Ele me busca, mas agora já era. Olhos de gato perdidos no meio da bichanada me acusam de jogo duplo e fico cansada dos jogos lascivos.

Recorro ao divã de um aposento e sou acordada pelos gemidos de um casal. Me recolho à minha insignificância para não interromper o ato e finjo que estou dormindo. Me masturbo. Gozo. E admiro o alto da minha bronze.

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