domingo, 21 de fevereiro de 2010

Comida para os Ratos

Uma 
Última
Única
Gota 
Cai

E a xícara transborda por todos os lados...

O
Resto
Do queijo
Deixo
Pros ratos

Que o comam à vontade...

Todas
As minhas
Boas
Intenções
Guardo
Numa caixinha

Então
A enterro

E sigo os conselhos de Tereza.


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Un Corazón Macul

Na segunda garrafa de Cusino Macul (baita nome e baita vinho!) fica difícil manter os olhos abertos. O paraíba me sugere um coice de porco (leia-se: expresso duplo curto) e só então consigo levantar-me da mesa sem titubiar.

E sempre que vou dormir tenho que ficar atenta aos olhares que me maltratam. Não aceitam nem em hipótese que eu adormeça.

Cedo a favores e concedo minha submissão. A inércia me sodomiza. A cama é o meu deleite. E as mãos ausentes, o despertar da minha vulva.

Meu peito grita, mas a voz nao sai.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A Espera

O relógio testa minha paciência. 

Espero a resposta das minhas propostas. 
O e-mail do contador, e as contas corrigidas. 

Espero a liberação do gerente (o bigode dele me lembrou o do seu Madruga e, consequentemente, o atendimento VIP do quiosque da beira da praia...ai...calor!), minha senha ser chamada, o documento ser refeito, a página ser impressa, a menina voltar do almoço. 

Espero finalmente conseguir retirar essa porra de certidão. 
E, assim, colocá-la no meio da Bíblia que segue para o Ministério por Sedex. 

Aguardo ansiosamente um OK, num jogo de vai e vem entre a Receita e o meu escritório. 
Espero não desmaiar no calor desse inferno de Dante... 


Espero o Carnaval chegar. E me guardo. 


Não sei do que já foi, nem do que virá. 
E, com isso, vivo o agora e só espero o tempo passar.