Sobre a abordagem a respeito das minhas necessidades de reposição, despreparada, respondi que realmente precisaria dos serviços, mas estava sem grana e ligaria se houvesse necessidade. Educadamente, solicitei o imã de geladeira simplesmente para que ele coabitasse com os demais 200 que já fazem parte da obra-istalação da minha geladeira.
Preparo minha sopinha noturna, já de pantufas (a velhice me chegou mais cedo) e eis que se apresenta em minha porta uma visita inesperada.
- Quem?
- Rodrigo.
- Hã...
- Vim trazer seu gás.
- Não lembro de ter feito nenhum pedido.
- Mas conversamos de tarde, lembra?
- Tô sem grana moço.
- Não tem problema. Paga depois.
- Hã...
(Bem, meu banho é a gás, e, com a oleosidade dos meus cabelos, já dava pra fritar um ovo na minha cabeça...)
- Tá bom.
Deixei a porta aberta e me assegurei de que alguém soubesse que aquele cara estava sozinho comigo na minha casa.
- Alô..Liquigás? O Rodrigo está aqui, certo?
A moça do cartão havia saído, mas pelo menos eles já estavam avisados. (Como se isso pudesse me ajudar!). Mas, tudo bem.
- Pode trocar!
Blá, blá, blá...mais uma surpresa:
- Escuta, não rola um cafezinho?
- Hã...
O bule estava vazio e o pó havia acabado. Ufa! Dou a ele a lastimável notícia.
- Tudo bem. Pode ser aquele solúvel ali.
Penso rápido.
- Não tem açúcar.
- Pode ser adoçante.
Ele foi mais rápido.
Blá, blá, blá...e o café não descia de nível.
- Já foi no acampamento Farroupilha?
(hahahaha!)
- Quê?
- É... filar um churrasquinho...
- Puxa! Como não pensei nisso antes...
- Posso te convidar...
Tosse abrupta.
- Te ligo? Sexta-feira? Tenho seu telefone.
Maldito cadastro de clientes.
- Olha, estarei ocupada.
- Não tem problema. Sábado então?
- Estarei ocupada.
- Quando então?
Jesus, me abana!
- Acho que estarei ocupada até o fim da Semana Farroupilha.
Bocejo e nada.
- Bem. Acabou o café?
- Não. Estava horrível. Detesto adoçante.
- Ah! Então tá... né?
- Acho que vou indo.
Aleluia!
Nenhum comentário:
Postar um comentário