Lá vou eu. Após 1h, consigo a liberação sem sequer imaginar que passaria o dia todo exercendo meu poder dialético. Sim. Ela queria atenção. Sim. Ela tinha muitas opiniões acerca de como a filmagem deveria estar sendo feita. Não. Ela não compreendia porque aqueles 'jovenzinhos' não ouviam o que ela tinha a dizer. Afinal, ela havia estudado enfermagem na África (uau!) e sabia muito melhor do que eles o que eles tinham que fazer ali.
Respiro fundo pra conter o riso.
- Olha, Dona Efigênia, sabe como é, eles são muito jovens, impetuosos e arrogantes. Mas me conte mais (suspiro) tenho a certeza de que o diretor vai gostar de suas idéias (aham!). Fala pra mim que eu repasso tudo pra ele.
- Logo se vê que você entende mesmo do assunto. Veja bem, por exemplo, porque e menina fica cantando vestida, chorando dentro da banheira. Isso não é coisa de gente certa...
- É que Bárbara está deprimida, Dona Efigênia...
- Ah! mas vocês deveriam fazer uma comédia...ninguém gosta dessas coisas tristes
E lá vamos nós.
Passamos o dia todo conversando, inclusive durante o almoço e, depois, seguimos sentadas na cama que ela armou na banheira enquanto rodávamos no quarto. Já cansada, peço licença para providenciar o lanche da tarde e mais água pra equipe.
- Olha, menina! Aproveite que meu marido vai ter que sair e pegue uma carona!
Confesso que nem havia percebido a presença do cara. E até que não me pareceu uma má idéia, visto que, nessa produção independente, o responsável pelo transporte quase chorava toda vez que tínhamos que sair com o carro e pedia mais e mais gasolina.
- OK.
E eu que achei que minha dialética já havia atingido o ápice...
Um comentário:
anotar: uso (recreativo) do boa noite cinderela
dd
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