quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Oceanos

Eu nunca entendi pq vc me trocou
Por grãos de areia
Em meio à imensidão de um oceano Repartido
Num lado poluição
No outro animais silvestres
Por onde faço o caminho de volta?
Entrego meu braço
À boca dos jacarés
Não me mordem por sorte
Já os caracóis
Se grudam de tal forma que quase me arrancam os dedos
Onde estão os golfinhos mesmo?
Preciso voltar
Escolho o outro lado
E sinto as carcaças de plástico
Se prendendo em mim
Pedaços de um mundo de artifícios raspando a pele
Atrasando as braçadas
A Água turva e espessa
Lavando o corpo de lama gordurosa
Intoxicante
Cheguei:
Só quero saber como estão as crianças
A casa guarda espaço pra outras famílias
Eu quero largar tudo
Morar na praia
Trabalhar na garagem
Você marcou comigo e não apareceu
Preferiu os grãos de areia
Minha rota ficou em suspenso
Me espera batendo os dedos no relógio de ponteiro
Enforca-me num adeus que eu não queria
Mais uma vez...
Só que Quando eu vou embora
não olho pra trás

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