Entrei no carro. Botei o cinto.
- Pra que isso, guria? Não confia em mim? - disse ele apertando o botão e retirando o (meu) cinto.
Medo.
No caminho, fiquei um pouco constrangida com a teia de elogios que ele ergueu à minha pessoa seguida de
- Tu viu, né? Minha mulher não é ciumenta.
Mais essa agora...cortei.
- A questão é que eu é que não gosto de interferir em relacionamentos alheios.
- Claro...é...mas não to dizendo nada demais né...só que tu é uma mulher bonita e...
Parou o carro. (ain...help!)
- Só vou pegar a água aqui.
Baixou o (meu) vidro, e, se escorando por cima de mim, pôs-se a chamar o vendedor.
(Tá bom aí, queridinho?)
Seguimos e ele me conta como conheceu a esposa. Me fala que é mestre de obras (não confunda a obra do mestre Picasso com...), que está na cachaça desde de manhã (ah!) e que por pouco não correu todo mundo do set (oi?).
E lá vamos nós (outra vez).
De 1 a 10, qual a probabilidade do ator do meu elenco ter tido um caso com a dona da casa?
Horas de desabafo depois, retornamos.
- Conversamos melhor a sós mais tarde?
- Bah, que pena! Mil coisas pra resolver no set...hehe
Escolhendo locações assim, viro PHD na arte do discurso.
Um comentário:
Anotar: andar com o kit boa noite... no bolso
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